Uma fotografia tem que ser pensada, segundo Robert Capa se a imagem não ficou boa, foi porque não nos aproximamos o suficiente de nosso objetivo.
Então abre-se uma reflexão sobre: O que é este se aproximar para Capa? Observo que não se trata de algo espacial, mas do que vai além do espaço é preciso ter uma aproximação emocional.
Estarmos presentes emocionalmente causa uma troca constante entre o fotógrafo e o objeto, é entrar no espaço físico e emocional para que possa vivenciar um novo olhar e evidenciar o momento decisivo, o equilíbrio de peso dramático e transcender esses momentos únicos.
Promover uma escrita pensada, mesmo que dentro de múltiplos cliques, é importante entender que cada foto é uma unica escrita e ou uma narrativa a partir de um olhar pessoal.
Falamos sempre da qualidade do equipamento e do conhecimento profundo da edição e aos poucos começamos a esquecer do principal, congelar o instante que passa, o momento exato da cena, para fugir das tendências que se tornaram mero modismo passageiro, é preciso apresentar uma linguagem que impacta a re alidade dos fatos, como diferencial em cada registro.
A fotografia tem a função de capturar não somente a realidade convencional, mas todo processo histórico como por exemplo a fotografia documental que vai além do tema escolhido, é fonte de pesquisa e em alguns casos uma imersão dentro da temática ou região…
Quando estamos a viver este espaço da fotografia documental é preciso ter um olhar comprometido com as informações e transmitir a realidade, desenvolvendo um olhar crítico, e não passivo de um simples observador.
O documental abre discussões para reportar, cria-se questionamentos e denúncias muitas vezes.
A fotografia documental é inclusiva antes de tudo, pois traz os excluídos para a cena, muitas vezes os invisibilizados pela sociedade os minorizados que acabam não tendo espaços de falas e seus clamores altas vozes são ouvidas no silêncio de uma imagem.
Muitas vezes a fotografia documental se confunde com a fotografia jornalística, mas dentro do contexto informativo é que surge o documental.
No Brasil temos nomes de peso na fotografia documental, entre estes nomes está, o do renomado, Sebastião Salgado que percorreu o mundo trazendo com seu olhar revelando denuncias nos apresentando uma realidade que mostra a brutalidade e as vezes chocam, mas que muitas vezes sua beleza estonteante abordando total ausência das cores e um ruído ensurdecedor, dentro do silêncio das suas escritas.
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Foto: Sebastião Salgado |
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Foto: Sebastião Salgado |
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Foto: Sebastião Salgado |
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Foto: Sebastião Salgado |
Temos também o grande escritor fotojornalista e documentarista Severino Silva, que retrata a realidade de modo objetivo e informativo, mas também traz em seu olhar todas as pessoas e suas verdades além da manchete do jornal, um momento único que seu trabalho intitula Fé, luz e sombra.Neste documentário de escritas luminosas Severino nos apresenta o lado mistico do Brasileiro e sua esperança lançada ao Divino e literalmente através, da luz, sombra e fé.
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Foto: Severino Silva |
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Foto: Severino Silva |
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Foto: Severino Silva |
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Foto: Severino Silva |
Temos o grande Gabriel Chaim, fotógrafo, que foi muito além de reportar os horrores de uma guerra, ele documenta a partir de seu olhar crítico e único, sobre este flagelo humano que é a guerra, nos apresentando o vazio e a solidão que causa a guerra emocional e a destruição física.
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Foto: Gabriel Chaim |
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Foto: Gabriel Chaim |
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Foto: Gabriel Chaim |
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Foto: Gabriel Chaim |
Temos Helena Helen Salomão, mulher nordestina, nascida em Salvador Bahia. Ela tem uma fotografia documental étnica, aonde exalta sobretudo a negritude da mulher. Além de fotógrafa é poetisa e une as duas escritas num processo documental original de de relevante poder dentro da fotografia documental brasileira. Seus trabalhos já forem expostos no Museus de da Bahia e nela está presente o protagonismo do povo preto, em seus retratos fortes e marcantes, que enaltece e empodera esta parcela majoritária da população brasileira que é minorizada de formas diversas, como o apagamento histórico de personagens . Ela em sus produção, nos revela uma fala que dialoga com a memória e protagonismo da população negra com a qual convive e retrata. Mas faz esta fala e narrativa periférica poética e sem sangue. E ela vai além da fotografia stil, pois atua como diretora de fotografia e com grande qualidade técnica. E seus trabalhos já foram expostos em museus como: Museus de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no Fowler Muesum at UCLA (California EUA).
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Foto: Helen Salomão |
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Foto: Helen Salomão |
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Foto: Helen Salomão |
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Foto: Helen Salomão |
A fotografia documental é em resumo o olhar crítico do fotografo sobre determinado tema e não é uma série aleatória de imagens e sim contando uma história com incio meio e fim, mas que não se encerra, numa exposição por exemplo, pois seus desdobramentos sociais vão além e precisamos perceber o que está além das imagens e qual a nossa posição com relação a esta ou aquela narrativa.
Paulo Santana também traz na sua fotografia o toque documental, quando apresenta personagens dentro do seu território repleto de memórias e tradições.
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Foto: Paulo Santana |
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Foto: Paulo Santana |
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Foto: Paulo Santana |
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Foto: Paulo Santana |
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Foto: Paulo Santana |
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