Pensar Fotografia

A Fotografia Documental

A fotografia documental é baseada em um olhar mais atencioso e comprometido do fotógrafo, além de ser bastante investigativa em relação a uma determinada história que precisa ser contata através de uma imagem. Esse tipo de trabalho costuma estar envolto em delicadeza e esbanjar sentimentalismo. Com a fotografia documental, você é capaz de captar o essencial de uma pessoa ou de um objeto, registrando sentimentos e histórias no geral. Esse ramo da fotografia é bem parecido com o fotojornalismo. Para saber mais sobre ele, acesse esse guia completo que preparamos para você! Diferente do que algumas pessoas acham, nesse tipo de clique você possui pouco ou nenhum controle sobre os seus resultados. Isso acontece porque você precisa contar histórias através de uma imagem. E, muitas vezes, essas mesmas histórias são reservadas para palavras. Além disso, o fotógrafo costuma ter apenas uma chance de registrar um determinado acontecimento. Nesse artigo você encontra tudo o que precisa para arrasar nesse tipo de fotografia. A fotografia documental, anda paralela a fotografia jornalística, ambas retratam a realidade. Mas existe uma sutil diferença entre estes dois estilos. A fotografia jornalística ela tem a missão objetiva de informar o fato de modo objetivo e de momento imediato, mesmo quando é uma série de fotos formando uma matéria. Já a fotografia documental em si tem uma visão mais voltada para o questionamento, não é meramente informativa ela é provocativa, ela traz discussões a baila. Ela pode ser sobre qualquer temática. Este estilo de fotografia, ou linguagem fotográfica, traz em si um conceito de retratar de maneira provocativa a realidade a partir da ótica do fotógrafo que está a documentar determinado tema. Na verdade, em muitas vezes os valores pessoais do escritor luminoso, fotógrafo, estão inseridos na escrita deste ou daquele tema. A fotografia documental chega a ser uma provocação ética, um questionamento moral e de denúncia de situações que muitas vezes são ocultas da maioria das pessoas. A fotografia documental, na atualidade segue algumas vertentes e características da estrutura clássica da visão do documental. E esta estrutura está lincada a raiz lá do final do sec. XIX com o trabalho de alguns fotógrafos que começaram este estilo de fotografia que, com certeza, ia: - Além do click…Como costumo falar em minhas aulas de fotografia. E esta linguagem fotográfica e estilo, é aonde percebemos a responsabilidade que temos nós enquanto fotógrafos com a realidade que estamos eternizando. Por este motivo que falo que muito mais que aprender somente a questão técnica é algo muito raso, precisamos formar Fotógrafos com F maiúsculo. Atores atuantes dentro do meio e não somente de um ente alheio a realidade que está a retratar. Como exemplo de representantes início do fotodocumentarismo, quero destacar John Thomson que viu na fotografia um instrumento para documentar e intervir na sociedade com uma fotografia que fosse denunciadora da realidade que o pais estava passando com o inicio da industrialização, a partir desta visão podemos dizer que nasce o conceito do realismo social ligado a fotografia e assim começa a jornada da fotografia documental. Como foi dito, é uma fotografia que está com a função de ser provocativa, esta provocação é uma questão ética de tomada de consciência e então podemos ter a clara visão do papel do fotógrafo que Pensa a Fotografia, como algo que vai muito além da técnica. A fotografia documental, vai além do simples questionar ou provocar o pensamento crítico sobre temas considerados comuns... Traz coisas que vão além que estar no nível mediano do dia a dia, a fotografia documental perpassa por todas as áreas humana, esporte, ciência, comportamento e muito mais. Existem fotógrafos que fizeram grandes narrativas documentais indo pelo caminho da do social e comportamental como Sebastião Salgado, fotógrafo brasileiro, que cobriu o maior fenômeno de mineração no Brasil do sec. XX Serra Pelada, aonde milhares de homens se lançaram no garimpo do ouro numa mina a céu aberto e Lewis Hine, sociólogo americano, que veio a se tornar fotógrafo do Comitê Nacional do Trabalho infantil. Cobriu os Estados Unidos da América, registrando a exploração das crianças que trabalhavam, em fábricas de fiação e nas minas de carvão e também nas áreas agrícolas. Estes são dois exemplos de fotógrafos que revelaram momentos graves de uma realidade existente, mas que poucos conheciam, com este olhar crítico que ambos trouxeram. Existem também alguns fotógrafos documentarista na área dos conflitos sociais como uma guerra, por exemplo, temos o grande Robert Capa, que cobriu com maestria a segunda grande guerra. Suas fotos tornaram-se ícones na fotografia documental de guerra e é dele a máxima, “- Se suas fotos não são boas o suficiente, então você não está perto o suficiente...”. Isso eu acho que faz cm que pensemos o quão próximos da realidade que fotografamos devemos estar para passar a emoção do contexto para quem vai ler nossa narrativa visual. Sempre pensei muito nesta questão quando fazia minhas matérias videográficas para tv, eu tinha a necessidade de pôr o espectador dentro do ambiente que eu estava reportando através de minha imagem e acho que era esta a fala do Capa. E também temos nosso representante brasileiro o fotógrafo de guerra, André Liohn natural de Botucatu, interior de São Paulo. Este jovem fotografo se encantou pela fotografia e se aventurou a tentar a vida na Europa e oriundo de uma família de classe baixa e chegando aos trinta anos focou na fotografia sua profissão. E verteu para o universo documental e de guerra, aonde registrou a brutalidade da guerra. Em Misrata, na Líbia documentando rebeldes que tentavam por abaixo Muarma Kadafi e seu regime, rendeu a Liohn o Prêmio Robert Capa Gold Medal Award, que vem a ser o mais importante prêmio de fotografia de guerra no mundo. E como eu coloquei anteriormente , André vem confirmar que para se realizar um boa foto precisamos ir além do click, é preciso por emoção entender cada momento que temos a nossa frente e a nossa responsabilidade com esta narrativa que estamos a escrever com nossas câmeras. A fotografia documental tem uma força muito maior do que imagina, com ela denunciamos e apresentamos ao mundo uma realidade muitas vezes oculta pelo poder publico até mesmo pela mídia por não ser de “interesse” social, ou seja, o foto documentarista nos apresenta através de seu sentir facetas da múltiplas de uma realidade. A seguir as fotos destes fotógrafos maravilhosos e suas escritas que marcaram e eternizaram um momento histórico...

Paulo Santana