A Mulher na Fotografia Parte III
Elza Sinimbú poetisa da Luz
Elza Maria Sinimbú Lima nasceu no Pará em 1952, sempre esteve ligada ao ser humano, pois em 1979 é licenciada em história pela Universidade Federal do Pará.
Quando verte para fotografia, ela trabalha seu olhar para o humano e sua cultura e busca na população ribeirinha trabalhar este olhar sensível sobre a realidade local.
Elza Lima tem um olhar muito apurado, sobretudo para a realidade dos povos ribeirinhos do Pará.
Ela conseguiu como pouco capturar com maestria e sentimento momentos do cotidiano das festas populares, as pessoas e suas expressões dentro do contexto do momento frisado para eternidade.
Mesmo em meio a estes elementos tão comuns , ela nos apresenta a “invasão”de elementos da modernidade que se contrapõe a realidade de uma criança subindo em uma árvores, uma ciranda, mas que estão inseridos a realidade do cotidiano das pessoas nas comunidades ribeirinhas.
Em diversos momentos ela coloca de modo poético a relação que há, vemos que chega a ser uma relação efetiva, entre as pessoas e o meio ambiente que as cercam, como crianças segurando animais silvestres, que com certeza não vemos acontecer nos grandes centros urbanos e por isso falo da visão poética de sua escrita luminosa. Esses elementos que estão em constante movimento em sua fotografia, acaba por gerar um equilíbrio que atrai o olhar. Isso remete sua obra a Cartier Bresson, pois ela tem a maravilhosa capacidade de capturar o momento decisivo, dentro de um movimento fugaz.Tendo uma composição muito bem elabora e isso, mais uma vez comentando, nos detém diante de sua fotografia buscando viajar em cada elemento da sua composição e (para mim, é a possibilidade de ver além da foto, ver os elementos que não estão capturados neste quadro, mas que com certeza estão presentes no ambiente, ou seja, é ver o que está extra quadro), uma composição que nos instiga a realmente buscar entrar na sua escrita luminosa, e fazer pare de alguma maneira do momento, do espaço retratado.
Elza foi premiada por diversas vezes e todas estas por seu mérito próprio graças a seu trabalho maravilhoso dentro de sua carreira. Seu primeiro reconhecimento em forma de premiação veio em 1988 no Prêmio arte Pará, em 1991 foi premiado no Rio de Janeiro com o Prêmio José Medeiros do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro... Este reconhecimento lhe rendeu uma bolsa que lhe proporcionou ficar seis meses morando na Suíça, bolsa esta concedida pelo Kunstmuseum des Kantons Thurgau.
Seu trabalho transpôs as fronteiras das terras brasileiras, ela expôs sua escrita luminosa, nos vários continentes nas principais cidades do mundo. Este seu talento em forma de fotografia está nas mais variadas coleções espalhadas no Brasil e no exterior.
Na minha visão Elza Lima é uma fotodocumentarista maravilhosa, uma cronista visual como poucas. Deixo aqui minha admiração por seu trabalho tão inspirador e assim fecho esta breve exposição sobre o trabalho desta fotógrafa única no olhar, que me faz viajar em suas fotos conseguindo ver o que não está dentro do seu quadro visual, tudo isso graças a sua composição e harmonia no olhar. E como ela mesma responde numa entrevista “- O que quero mostrar nem sempre está em cena.” E ela realmente consegue nos mostrar o que está fora da cena; com certeza ela me faz ter a certeza que a fotografia está baseada em outro tripé, que é (EVS) enxergar, ver e sentir.
Quer conhecer um pouco mais do trabalho da Elza, visite seu instagram, @elzalima.
Forte abraço até a próxima e curta alguns trabalhos de Elza Lima.
A escritora luminosa do Pará |
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