A poesia por trás dos retratos de Julia Cameron
O Retrato...
O retrato consiste basicamente no registro de imagem de pessoas, seja apenas um indivíduo, uma foto de casal ou família ou até mesmo um grupo de pessoas, como um time de futebol ou que simplesmente um grupo de amigos. Mas que estão ali posando para este momento de captura da imagem.
Até os dias de hoje o retrato tem uma grande fatia no mercado fotográfico, em diversos seguimentos, como: na publicidade, na moda e em eventos sociais como casamentos, bodas, quinze anos e etc.
A fotografia de retrato ela requer do profissional sensibilidade para conseguir eternizar não somente a imagem do modelo de nossa fotografia, mas realmente sua alma: no que diz respeito a captar o interior desta personagem a ponto que quem esteja lendo tua escrita desta pessoa consiga perceber a emoção contida num olhar, numa gesto frisado num instante único por seus olhos e lentes de sua câmera.
O retrato ele, até mesmo mais que outros estilos de fotografia, nas quais o ser humano se faz presente, requer uma atenção não somente técnica, mas sobretudo emocional saindo do que chamamos de dos três pilares para uma boa fotografia, ou seja, o equilíbrio adequado de abertura, sensibilidade e velocidade e nos voltamos para: o enxergar, ver e sentir o qual chamo de: Pilar Emocional para uma fotografia que vai além do click. Neste momento ponho o fotógrafo no mesmo patamar dos artistas plásticos que faziam estes retratos em telas com tintas e pincéis procurando retratar a realidade de seus modelos e indo além da simples visão exterior, buscando dar a estes valores subjetivos através de suas expressões por artista reproduzidas em suas telas. No nosso país tivemos, no passado, um grande incentivador da arte da fotografia que foi o Imperador D. Pedro II um amante das artes e da cultura como um todo nas mais diversificadas áreas do conhecimento humano.
A seguir dois momentos do retrato como foi comentado acima.
Retrato pintado por Victor Meirelles em 1864
Retrato de D. Pedro II - 1885 por Gilberto Ferrez
Dois momentos bem definidos do retrato, um nos moldes da pintura e outro já na fotografia a partir da escrita utilizando a luz como matéria-prima. Mas em ambas a ideia é "capturar" a alma da personagem suas emoções...
Falando em retratos não podemos esquecer de grandes nomes da fotografia de retratos, que até hoje são vistos como referência, e hoje vamos citar Julia Margaret Cameron que fez brilhantes escritas luminosas, neste seguimento da fotografia, mas de uma maneira ímpar criando verdadeiras poesias luminosas.
Seus retratos, exponham a alma das personalidades personalidades por ela retratadas. Esta Fotógrafa começou sua viagem pelo universo da escrita luminosa aos 48 anos, quando ganhou uma máquina fotográfica, como presente de sua filha e seu genro. Ela transformou um quarto de carvão em seu quarto escuro, aonde realizava a impressão de seus negativos e assim começa sua jornada. Cameron foi um pioneira na experimentação fotográfica, ela não se fixava somente na captura de imagens, mas também de como ia além nas experiências da impressão dos negativos, algumas vezes combinando negativos diferentes formando uma imagem única final (uma editora).
Ela tinha a alegria de capturar a beleza e tanto é que ela certa vez disse a seguinte sentença: "Beleza, você está presa. Tenho uma câmera e não tenho medo de usá-la". Com esta frase ela se apodera da força que tem a sua arte em capturar a beleza que em alguns está oculta no brilho de um olhar, na leveza do sorriso ou até mesmo na rígida e séria figura feminina, jovem ou madura e isso é a poesia existente na escrita luminosa de Julia Margaret Cameron, a poetisa da luz, ouso assim denomina-la. A seguir dois exemplos desta beleza por ela capturados:
Annie, fotografada por Julia Cameron em 1864 - Inglaterra
Julia Jackson, fotografada por Cameron, em 1864 - Inglaterra
Logo ela se interessa em retratar amigos e familiares e percebe-se que ela opta por cuidar muito bem da luz, criando clima de dramaticidade forte pois sempre buscava em sua iluminação dar esta sensação dramática e para tanto associava isso ao que chamamos, hoje, de foco doce que é aquele leve desfoque criando uma atmosfera de quase mistério, mas sem chegar a tanto. Isso foi marcante em sua obra literária luminosa.
Nos Idos de 1865 ela trabalha uma nova fase, que é as fotos de retratos em close-up, indo de encontro a fotografia convencional, ou seja, de corpo inteiro na tradicionais poses sentada ou de pé composta com algum elemento cênico passando a dar maior valor as expressões faciais; capturando os sentimentos. A intenção era tão objetiva e clara que ela escreveu a Henry Cole, diretor doo South Kensington Museum o qual era sua intenção com este tipo de fotografia "Eletrizar você meu amigo de alegria e assustar o mundo"
Ela continuo suas experiências fotográficas sempre neste universo da fotografia retrato. Incluiu imperfeições em suas suas escritas e narrativas luminosas -erros que muitos rejeitam até os dias de hoje ela ousou deixar (propositalmente) em sua obra, como, arranhões, listras provocas or entrada de luz, até mesmo impressões digitais nas chapas. Que como citei acima até hoje equívocos rejeitados. Apesar de tudo isso, na época ter sido rechaçado através de duras críticas, agora podemos ver que ela estava realmente a frente de seus tempo e não temia ousar em sua arte. Todo este processo criativo e provocativo, usando as imperfeições como parte da arte pode ser claramente visto e entendido em sua obra
“Iolande e Floss”, um exemplo bem prático foi deixar que os redemoinhos criados por colódio (elemento usado em revelação na época) se fundissem com o redemoinho da cortina usada na produção desta escrita abaixo.
"Iolande e Floss" fotografia de Julia Margaret Cameron, 1864 - Inglaterra
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Por Paulo Santana (Jornalista e Fotógrafo)
Base de pesquisa sobre Julia Margaret Cameron www.resumofotografico.com
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