Fotografia de Guerra...a arte em meio a dor
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Acho que todos os fotógrafos do mundo que são fotojornalistas e focados em guerra; o desejo maior seja não mais fotografar guerras.
O fotografo de guerra está envolvido diretamente ao drama in loco.
Este trabalho é algo crítico, pois o fotografo tem que entender o valor de sua obra e qual a sua responsabilidade diante do mundo.
Este profissional tem que ter um momento de reflexão que vai durar apenas um milésimo de segundo com relação e neste instsnte se pôr no lugar do outro.
Ele tem o papel de denunciar as atrocidades, e crimes que são praticados em todos os espaços da realidade belicosa e entender o peso e a responsabilidade humanitária que ele passa a ter, quando faz suas escritas luminosas e suas narrativas.
Muitas pessoas vêm a fotografaria, como a de guarra que vem furtar a dignidade do ser humano em algumas situações que nos expõe a realidade nua e crua. Mas para mim vai muito além esta questão da dignidade, muitas vezes a fotografia está dando a real significação de dignidade quando com uma imagem que machuca, que ofende e tira do conforto o leitor desta ou daquela imagem mais impactante, que revela a dor do outro.
Estamos vivendo recentemente o drama da guerra na Ucrânia invadida pela Rússia, quantas famílias perderam tudo que possuíam e até mesmo sua dignidade e esta perda de dignidade pode ser retratada no olhar perdido e triste de alguém que vê seu espaço de moradia agora no chão ou em chamas, ou também ter seu filho no colo e chorar porque sabe que o pai ou a mãe não mais estará ao seu lado porque está estendido no chão de uma rua.
Tudo isso o fotógrafo de guerra tem que lhe dar no dia a dia quando está a cobrir tal flagelo da humanidade.
O fotógrafo de guerra além de um fotojornalista é um documentarista, pois como já falamos outras vezes, a distância entre o fotojornalismo e o documentarismo é apenas uma linha mui fina que as separa. E não tem como não termos uma visão pessoal de toda esta insana situação que está a nossa volta e não passarmos a olhar não somente com o olhar frio de quem tem apenas que reportar através de imagens sem nos envolvermos de alguma maneira e isso aflora ou desperta este lado documentarista do fotógrafo.
Hoje é um dia bem especial, pois é aniversários de um dos ícones da fotografia de guerra, na verdade uma das maiores referência, senão a maior, que é o fotógrafo Robert Capa. Capa nasceu em 22 de outubro de 1913 e dele é a famosa frase; "-Se suas fotos não estão o suficientemente boas, você não está perto o suficiente."
Para um repórter fotográfico ou cinematográfico eu vejo como muito pertinente esta frase e também ouso ter duas visões da mesma. Quanto ela fala de estar próximo o suficiente vejo de modo físico (espacialmente falando) como também numa visão psicológica de estarmos imersos na situação a tão pondo que os detalhes não nos escapam.
Eu trabalhei 30 direto em jornalismo hard news, nunca cobrir uma guerra declarada, mas com certeza a guerra velada que estão nas ruas de grandes cidades, como o Rio de janeiro por exemplo. E realmente precisamos estar próximos o suficiente para poder transmitir através de nossas imagens o máximo de realismo nas mesmas e trazer se possível o peso emocional que estamos a viver e isso sem palavras, apenas manipulando a luz, que é nossa matéria prima. Eu sempre tentava estar o mais próximo à foto possível, mantendo minha segurança e integridade física, falei apenas física e não mental, isso porque o nosso psicológico é bombardeado e não percebemos e as vezes começamos a perder a sensibilidade de outrora e vemos a dor, a perda do outro de modo banal, comum a dor não nos marca tanto e neste momento que é acesso o alerta interior e começamos a ter um outro olhar, o documental e a fotografia passa a ter mais três pilares que são: enxergar, ver e sentir. Isso passou a mover meus passos no registro dos conflitos sociais urbanos que cobri no de correr de minha jornada e creio que de outros companheiros de jornada. Enxergo o todo contexto, vejo determinada situação e, por fim, tudo isso me invade e sinto e neste momento capturo minhas imagens, começo a escrever minha narrativa, entendo que eu não faço parte deste território, físico e emocional, mas que tenho a responsabilidade de apresentar ao mundo quão ruim é esta realidade para aqueles que ali estão a viver a realidade que estou a retratar (literalmente); por este motivo resolvi falar desta vertente do fotojornalismo e da fotografia documental. E também fui provocado pelo fato citado do aniversário deste fotógrafo que é referência nesta vertente que é, relembrando, Robert Capa, ou melhor, Endre Ernő Friedmann fotógrafo Húngaro que se destacou por sua cobertura de guerras e acabou falecendo, tanto ele quanto sua esposa a também fotógrafa e produtora Gerda Taro. Ambos correram mundo registrando conflitos armados e morreram no meio destes conflitos. A fotografia de guerra é a vivência de risco constante, mas também um espaço a fotografia documental sem precedentes…
Aqui no Brasil temos alguns nomes como André Lionh, Gabriel Chaim estes dois grandes fotógrafos enfrentaram duras realidades, que, com certeza, não lhes trouxeram somente o nome estampados em legenda de grandes jornais e revistas no mundo, mas consequentemente toda uma interiorização do drama percebido nos olhares, na própria visão do se entorno, ou seja, que registra tamanha dor não volta a mesma pessoa e isso é fato (falo por mim)… E a guerra que falo, não é somente as declaradas abertamente, como o caso de Ucrânia e Rússia, mas aquela silenciosa que vivemos tanto nas grandes metrópoles com o crime organizado e o estado armado, a nos defender e que ganha dia a pós dia manchete nos jornais e tendo como resultado a morte de um inocente ou de marginais (bandidos) ou um ou mais policiais, cujo as famílias destes três atores hão de chorar. Em resumo isso é a guerra diária e urbana que vivemos, mas que esta se espalha pelo interior e pro outros motivos. E o fotógrafo de guerra está presente para registrar, revelar e denunciar esta realidade do dia a dia.
A seguir vamos ver momentos marcantes registrados por estes grandes nomes da fotografia de guerra, aqui citados: Robert Capa, André Lionh e Gabriel Chaim
Paulo Santana
Gabriel Chaim
Foto Gabriel Chaim
Foto Gabriel Chaim
André Lionh
Foto André Lionh
Foto André Lionh
Foto André Lionh
Robert Capa
Foto Robert Capa
Foto Robert Capa
Foto Robert Capa
E assim terminamos esta breve narrativa sobre a fotografia de guerra. E guardamos a certeza de esta vertente é que menos desejamos registrar com nossas lentes. O verdadeiro retrato da perda.
Paulo Santana
Jornalista
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