A fotografia e a política, provocação e arte


Quando o artista pautado na literatura tradicional, começa a não encontrar de modo claro palavras que descrevam suas imagens em suas narrativas, se faz necessário escrever as imagens de modo literal e a para isso usamos a fotografia. Muitas pessoas acham estranho eu falar de uma literatura de imagens, mas esta literatura é mais que real tem sua linguagem própria e narrativa cheia de verdade. A fotografia nos propicia a a criar uma narrativa a partir da técnica, mas podendo ir bem além do click em si; dentro de um universo próprio.

A narrativa que a fotografia traz nos leva a uma provocação sadia que nos faz refletira a nossa realidade através das imagens pensadas e produzidas com proposta de irem além da imagem em si e sim mergulhando na realidade ou na poesia da imagem simples.

Esta arte de retratar a realidade com manipulação da luz vai muito além da técnica, é o refletir da alma humana de alguma maneira. Muitos fotógrafos baseados simplesmente na técnica dizem que a fotografia está alicerçada em um tripé que forma os pilares desta arte, que se mistura com técnica, ou seja... para se ter uma boa fotografia precisamos apenas combinar velocidade, sensibilidade (ISO) e abertura e quando o fotografo domina estes  três elementos primários ele finalmente está pronto e pode sair  fotografando, batendo suas fotos. Mas fica meu questionamento, será que com estes três elementos bem combinados, bem equalizados é suficiente para uma boa foto? Quando faço este questionamento, me vem um outro tripé que o enxergar, ver e sentir; neste momento caminhamos mais pelo humano da fotografia. Começamos a falar do olhar, do sentimento e de valores e neste instante vertemos para o lado da fotografia que começa a conversar com quem está lendo esta imagem e o fotógrafo passa para o lado do autora da imagem do escritor da narrativa. Mas isso parece aquele papo filosofal, que somente os grande fotógrafos é que são capazes de vivenciar; porque possuem equipamento de alta qualidade e detentores de todo o conhecimento técnico. Isso não é verdade porque estamos falando de sensibilidade, de olhares e narrativa visual. E para termos uma boa narrativa, necessitamos ter antes de tudo ter empatia no momento de fotografar, principalmente quando estamos retratando o dia a dia de uma comunidade ou criando um ensaio realizando o sonho de nossa personagem. Pois estamos construindo uma narrativa única que pode estar desconstruindo uma realidade ou construindo uma nova visão a partir do nosso olhar que é e deve ser sempre único sobre qualquer tema...

E quando nos referimos ao fotojornalismo tudo isso ganha um sobre peso  real, porque nossas escritas falam por si próprias e se faz mister assumirmos uma postura ética e sobre tudo com um olhar cuidadoso sobre o fato que estamos as retratar.

Este ano vivemos um momento muito crítico no país que foi o processo eleitoral, aonde as  imagens foram manipuladas através de legendas que muitas vezes destoavam da  verdade, criando fatos inexistentes através de uma edição maliciosa feita por este ou aquele grupo que disputavam as eleições.

Mas também nesta situação vivida, a fotografia gerou narrativas próprias sobre fatos e provocando questionamentos sobre a realidade que nos cercou durante estes acontecimentos políticos.

A fotografia nos serviu de alerta para tantas ações incoerentes e nos revelou também o lado chocante do que uma relação de hostilidade pode causar na sociedade como um todo.

Seguir algumas fotos que podem traduzir bem o que vivemos durante esta campanha e que cada um faça a sua leitura de cada escrita a baixo, arte e provocação propositiva.

Paulo Santana

Foto: Gabriela Biló










Foto: Gabriela Biló

Foto: Gabriela Biló

Foto: Paulo Santana

















Foto: Paulo Santana
















Foto: Paulo Santana


















Foto: André Borges (AFP)
















Foto: Henrique Kawaminami





















Foto: Marcos Lima 




















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