A Fotografia e a saúde andam juntas?

 

A arte em todas as suas formas de manifestação, pode e deve ser posta como uma ferramenta a favor da saúde física e sobretudo mental da população de modo coletivo. Para muitos seria um absurdo dizer que algo como a dramaturgia, a dança ou as artes visuais, incluindo a fotografia poderiam ser usadas como ferramentas terapêuticas. Todos estes seguimentos culturais e de arte têm uma íntima relação com o humano, mas não algo superficial e sim uma relação visceral. Porque estão a mexer com os sentidos e que estes ligados estão as emoções existem variados projetos sociais que trabalham a cultura e arte em prol da saúde, e como citado, sobretudo a mental e emocional.

A escrita luminosa, faz parte destas ferramentas que estão sendo usadas com esta finalidade terapêutica, a imagem ela nos impacta de modos diversos e adversos tantas e tantas vezes durante nosso dia.

Quando olhamos determinada imagem nos vem uma emoção única e muitas vezes não conseguimos saber porque, mas choramos de emoção, seja esta positiva ou não, mas o fato é que somos tocados emocionalmente e foi com esta percepção que Fábio Rogério (fotógrafo e jornalista sorocabano) desenvolveu um projeto associando o ato de fotografar como ferramenta terapêutica no tratamento de transtornos mentais. Durante a execução deste seu projeto, aliando a fotografia e a psiquiatria trouxe resultados relevantes, sobre tudo na questão da autoestima, sendo percebido que a fotografia tornou-se uma trilha geradora de vínculos a partir da realidade do cotidiano das pessoas.

Hoje existe a estimativa que pelo menos 1/8 da população global conviva algum tipo de transtorno mental, dados da Organização Pan-americana de Saúde.

Arte sempre foi a ferramenta melhor para lhe dar com este tipo de enfermidade, que por muitas vezes passa desapercebida e quando vemos já perdemos uma vida, que viveu uma angústia única e silenciosa.

Neste meio de tanta criatividade temos exemplos de famosos e anônimos conviveram ou aprenderam a conviver, com suas dores emocionais através de atividades artísticas, como a pintura e a fotografia por exemplo.

Na fotografia temos um exemplo contemporâneo que é a fotógrafa Arielle Bobb Willis, fotógrafa estadunidense, nascida em Nova York, ela usa a fotografia como ferramenta de empoderamento, mas sobretudo como “arma” terapêutica contra a depressão que desde muito nova enfrenta. Ela busca o consolo atrás das lentes e revelando um mundo intensamente colorido e cheio de formas humanas as vezes abstratas, mas repletas de um significado onde o isolamento traz real pertencimento e uma conexão aonde com, suas composições com cores vibrantes são realmente terapêuticas, trazendo uma fala do desejo de reivindicar a alegria e o poder naqueles instantes em que a tristeza nos quer lançar na mais profunda depressão e com suas fotos ela luta dia a pós para vencer sua depressão. E a fotografia vem ser esta ferramenta.

Foto de Arielle Bobb Willis















Foto de Arielle Bobb Willis

Foto de Arielle Bobb Willis












Foto de Arielle Bobb Willis










Outra fotógrafa que usou a arte da escrita luminosa para combater ou mascarar sua dor e vazio foi  Francesca Woodman, que segundo o jornal El Pais que após 41 anos após ter se lançado no vazio para a morte sua arte ainda fascina e provoca reflexões. Ela buscou se retratar o máximo dentro de sua obra de maneira literal sendo, ela própria modelo nu em suas escritas luminosas, que revelando uma narrativa de solidão e também busca.

Foto de Francesca Woodman








Foto de Francesca Woodman








Foto de Francesca Woodman











Voltando afalar um pouco de Fábio Rogério, ele nos mostra que o a fotografia tem o papel de informar e expor o sentimento artístico. Como o próprio Fábio fala: “A fotografia mostra o que há de mais belo no mundo em que vivemos. E, e por vezes não temos ideia que exista...”

Fábio Rogério o profissional














Fábio Rogério o mestre








Fábio Rogério o olhar sensível



A arte em si é associada ao desenvolvimento social e a afetividade coletiva muitas vezes. A fotografia, por ser uma expressão artística, está inserida de maneira muito coerente, neste escopo de ser uma ferramenta terapêutica. Hoje com a popularização da fotografia no meio digital, aonde todo celular tem uma câmera integrada, as pessoas estão cada vez mais construindo pontes através da produção de imagens e construção e uma linguagem própria trazendo com isso a aproximação afetiva e social, reduzindo assim um isolamento e introspecção maior. Assim a fotografia mais acessível fez com que em muitos casos tornasse um meio de comunicação silencioso. Mas esta comunicação vem carregada de imensa expressividade pessoal, aonde cada ente se expõe por completo numa fala, que se tivesse emissão de sons, seria estridente ensurdecedora realmente. Como a fala contida de tantas e tantas pessoas que vivem a dor de uma depressão por exemplo.

A arte como um todo vem criando pontes, entre pessoas que estão vivendo realidades próprias e que muitas vezes têm na arte a única maneira de se expressar de comunicar ao outro o que vai em si.

As artes visuais e hoje sobre tudo a fotografia tem se mostrado a ferramenta ideal para que estas pontes sejam construídas e fortalecidas. Vimos o exemplo de, pelo menos, duas fotógrafas que nos apresentam estas pontes através da construção de sua fotografia…

Uma resumo bem objetivo do fotografar na manutenção da saúde mental, ou no mínimo no bem-estar…

O ato de fotografar, não profissionalmente, em lazer nos traz momentos de descontração e consequentemente prazer. Estamos nestes breves momentos liberando hormônios que nos dão bem-estar.

Estar a fotografar mantém a nossa mente ocupada de modo saudável. Um exercício bem interessante é fazer da fotografia uma espécie de academia para o bem-estar emocional e sendo assim, o ideal seria tirarmos um dia na semana para uma saída (sem compromisso de tempo) e fazermos registros de algum tema específico. Buscar trazer imagens, por exemplo, de locai corriqueiros, mas que você não para observar ou tão pouco percebeu no seu caminho apressado para o trabalho e aquela determinada imagem sempre esteve no seu caminho e a ansiedade do dia a dia não deixou que percebesse aquela beleza peculiar; além é claro da possibilidade de encontrar alguém com o mesmo gosto e daí começar uma troca de saberes e interesses em comum.

Quando estamos vivenciando o ato de fotografar estamos ao mesmo tempo criando um repositório de boas lembranças,(sempre falando no fotografar sem compromisso profissional e isso vale para o profissional da fotografia). Quando paramos e revemos fotos antigas isso aguça nossa memória e na maioria das vezes de bons momentos o que nos leva a vivenciar emoções positivas, até mesmo quando retrata um ente querido que não está mais no nosso convívio, mas a imagens era de um encontro de família e nos remete a um momento de alegria com o mesmo. Com isso a fotografia vem criando um forte senso de gratidão sobre tudo por aquilo que vamos conquistando e que registramos a través das nossas imagens.

A fotografia estimula e em muito a nossa atenção ao nosso entorno. Ou seja, ela é um verdadeiro energético para nosso foco em determinada situação, o que é chamado de mindfulness (atenção plena). Quando entramos em um ambiente novo e do qual queremos registra o com plenitude aqueles detalhes, que somente nós percebemos, isso significa que estamos com plena atenção e não estamos dispersivos. Mas isso só vai acontecer neste momento, seria o questionamento a seguir e a resposta é não aos poucos vai fazendo parte de nós e vamos conseguindo focar nossa atenção, nossa força de observação nas mais diversas situações aonde com nosso olhar passamos estar mais inseridos no assunto e podemos tomar decisões porque estamos com plena atenção.

Estes são alguns dos benefícios da fotografia na nossa saúde e na verdade é para mostrar que até mesmo um ato simples como fotografar pode estar sendo um forte aliado na nossa saúde mental e equilíbrio emocional.

Eu como profissional da área  e como ente neste processo, sei o quão real é a fotografia neste processo da saúde e como pode ser profilático o exercício da fotografia em nossas vidas. E hoje é algo que está acessível para uma gama enorme de pessoas que podem e devem se beneficiar desta prática para manter seu equilíbrio emocional e ao mesmo tempo sua saúde mental.
Eu costumo sair para fazer minha fototerapia sim, saio sem compromisso e vou escrever escrever histórias, que muitas vezes  o personagem principal sou eu mesmo a descobri coisas que estão ocultas, mas ao mesmo tempo expostas de modo tão explicito quanto o céu que nos cobre. segue três exemplos destes momentos tão pessoais e libertários.

Lazer














Emoção














Paulo Santana

Fotógrafo e Jornalista











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