A luz do cotiano

 A matéria prima de nossa arte é a luz e devemos ter cuidado de explorá-la no dia a dia, saber observá-la no decorrer de um dia. Dizem que a mais bela luz que existe é a do outono e ela é uma luz pura e suave, mesmo quando estamos nos horários mais críticos ao ar livre.

O uso da luz natural é o mais desafiador aprendizado e o mais elucidativo sobre iluminação. E isso aprendemos com os grandes mestres da pintura que nos mostram em suas telas a observação do comportamento da luz e a aplicação da mesma em suas  telas.

Quando chegamos no impressionismo e juntamente com o mesmo, a fotografia se faz está nascimento. Passa a existir um estreito relacionamento entre fotografia e arte plástica. A fotografia vem ser um instrumento a favor da pintura e não uma real arte. Neste período destacamos artistas como Renoir, Claud Monet, Edgar Degas entre outros grandes nomes do impressionismo. Caminharam de mãos dadas com a fotografia e Eugène Boudin, proferiu a seguinte sentença, com relação ao novo movimento que surgia na França "- O impressionismo é um movimento que leva a pintura ao estudo da luz plena, do ar livre e da sinceridade na reprodução dos efeitos do céu." e esta é a grande aproximação da fotografia com a pintura impressionista. 

E os impressionistas buscaram retratar em suas telas o cotidiano e para tal tiveram a preocupação de estudar a luz externa. Já não bastava a iluminação indireta ou refletida que entrava pelas janelas dos ateliês. Agora com o auxílio da fotografia estas barreiras são rompidas com mais facilidade, pois o estudo da luz que a fotografia exige leva a uma observação mais plena dos efeitos que a luz provoca no espaço. Artistas como Renoir, que retratou o cotiano dos cafés franceses e parques trabalhava a luz externa com maestria. Já Degas usava a fotografia para capturar os movimentos e a luz para seus estudos de bailarinas. O movimento capturado pela fotografia traz um novo momento dentro deste movimento do impressionismo pois o estudo da luz e de suas variantes  leva a uma total proximidade com o trabalho do fotógrafo, trazendo um olhar mais focado na natureza e suas nuanças.

 Hoje a fotografia faz um caminho de aproximação à pintura quando buscamos estilos de iluminação que estão ligadas a pintura clássica. Como exemplo temos a luz Rebrandt, mas também temos a luz de Caravaggio do barroco italiano do séc XVI que tem uma luz imaginaria e teatral, com uma dramaticidade única. E esta luz é usada na fotografia atual cinco séculos depois, conseguindo recriar as mesmas emoções e sensações.

Agora voltando ao título desta nossa jornada, a luz cotidiana foi realmente explorada no advento do impressionismo, aonde se fazia necessário o rompimento com o tradicional da época quera a pintura comprometida com o realismo ou a pintura academicista. Agora a pintura ganhava movimento com a luz a través das pinceladas mais livres aonde a luz na tela retratada era conseguida com múltiplas pinceladas e pontilhados  que traziam as formas  a partir da impressão do artista sobre a situação imagética. E toda esta revolução se dá a partir do seguimento da fotografia no sec XIX. Com a evolução da arte de escrever com luz, ou seja , fotografar estas técnicas de iluminação, aparentemente restrita a pintura é incorporada pela fotografia. Isso porque a fotografia sai do olhar e do imaginário do artista plástico e vai para o realismo da imagem. E por isso mesmo alguns destes artistas do impressionismo eram também fotógrafos, como por exemplo o pintor e fotógrafo Edgar Degas...
Fotografia e artes plásticas estão estritamente ligadas pois lidam com o sentimento humano e com o que há de melhor nas pessoas.

Edgar Degas

Claud Monet

Paul Cézanne

Claud Monet

Auguste Renoir




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