Os sons contidos na fotografia
Ainda me baseando na série Caçadores da Alma, que pode ser facilmente te encontrada no YouTube. Lembro de ter visto um episódio aonde uma fotógrafa falada da emoção de fazer suas escritas num estádio lotado, durante uma partida e de futebol. E suas imagens realmente transmitiam, com intensidade, sua fala.
Mas em dado momento percebi algo. Que não lembro ela ter comentado, que foi o som contido no instante do click. O som contido do grito do torcedor em sua expressão de alegria ou desespero daquele instante decisivo do seu time do coração.
Acervo Esporte Clube Vitória |
Quando falamos anteriormente no que contém ou pertence na fotografia... neste momento eu pude perceber que de alguma maneira, mesmo em silencio físico, a fotografia não é o som, mas o detém em si.
Isso porque somos capazes de associar a imagem ao som, fazendo uma justaposição dentro da nossa memória visual e auditiva e assim aquela imagem contém em si o som do momento.
Mas também a fotografia pode nos passar a ausência do som, que pode ser relaxante ou simplesmente um alucinante vazio e dor. Mas a fotografia nos fala e de maneira bem direta, com todos os sons contidos em seu aparente silêncio ou com todo seu silêncio no real burburinho existencial.
Amanhecer em Copacabana - Foto : Paulo Santana |
Foto: Robert Capa |
E fica a máxima que certa vez ouvi num documentário, "- numa fotografia sempre existe no mínimo duas pessoas, principalmente quando só tivermos a natureza sem o homem presente..." e isso é para mim uma realidade, assim como o som presente na fotografia também o é.
Será que nos damos conta do som que enviamos junto com nossas escritas luminosas. A fala contida num ensaio sensual de um modelo, masculino ou feminino, qual o grito contido da dor da mãe sobre o corpo de um filho morto na rua ou ao grito do jogador e de parte de um estádio no gol..
Foto: Leitor da Notícia de Santaluz |
Tambor de Criola Pedra do sal - Foto: Paulo Santana |
Comentários
Postar um comentário